segunda-feira, 26 de março de 2012

ENSINO RELIGIOSO

REFLEXÃO DO ENSINO RELIGIOSO
1. Devemos sempre lembrar os quatros pilares da educação, segundo a UNESCO: a) A aprender a aprender, b) Aprender a fazer. c) Aprender a ser. d) Aprender a conviver.
2. Devemos considerar que o ensino aprendizagem ocorre também em três níveis: a) Ouvir b) Ver e c) Praticar.
3. Dentro de um processo de pluralismo e transformações rápidas nem sempre há só concordância em nossas inovações humanas. O que fazer para melhorar?
4. Precisamos nos posicionar sempre na intenção humanizadora, ecológica, nos processos educativos no sentido de nos entendermos e nos incluirmos... nos envolvermos em prol da preservação do nosso planeta e nosso cosmos.
5. Devemos considerar os avanços tecnológicos como importantes recursos didático-pedagógicos quando devidamente utilizados como meios de conseguir a finalidade e as metas de educação integral. Dentro desse contexto educacional, o Ensino Religioso constitui uma exigência indispensável de pleno desenvolvimento humano e de re-equilibração de biodiversidade. Tal ensino consiste basicamente na educação da dimensão religiosa como núcleo educativo polarizador que subjaz a todas as dimensões do ser humano em processo autopoiético da vida.
6. Constatação: a) Existe um conhecimento superficial do fenômeno religioso, inclusive, (dada à necessidade), da sua origem e fonte.
7. Dentro das diretrizes da educação o Ensino Religioso está a serviço da promoção e defesa da vida.
8. Amparado pela a constituição na Lei Nº 9.475 / 97, o Ensino Religioso requer, urgentemente, cuidadosa preparação de professores, em conformidade com as diretrizes legais e acadêmicas em vigor para a qualificação e habilidade desses profissionais de educação.
9. Os desafios enfrentados por nós que fazemos o Ensino Religioso, jamais devem ser entendidos como desmotivaçâo mas sim como provação da nossa própria fé como diz São Paulo: Quando me sinto fraco então é que sou forte ( II Cr 12,10).
10. O caminho de solução leva-nos a considerar que diversas correntes de pensamentos chegaram ao consenso de que toda a realidade existente provém de uma unidade original.
11. A realidade pluridimensional e conatural aos seres humanos-cujo o pleno desenvolvimento efetua-se na permeabilidade de todas as dimensões e manifesta-se no pluralismo religioso-cultulral... este pluralismo quando tendência a uma realidade é uma riqueza.
12. Neste pluralismo há ambigüidades que resultam da incompletitude de todos os entes e das interferências de lapidadoras da liberdade humana. Nesta realidade se faz necessário romper mentalidades e sistemas dicotômicos... esta exigência não deverá enfraquecer identidades individuais e sociais mas construí-las sobre base mais sólidas...
13. Neste contexto, a família, célula-mãe da sociedade, sofre a desagregação e tem que ser cuidada, pois além de ser a base social, é nela que cada ser se fortalece nas suas relações primeiras.
14. No mundo pós-moderno, muito plural e fraguimentado, as coisas tornam-se próximas pelos avanços tecnológicos da comunicação. Homens e mulheres, utilizando a internet, relacionam-se virtualmente de forma fugaz e sem compromisso. Em contra posição, sob vários aspectos, há um distanciamento entre povos e paises e um desfrute opressivo da globalização.
15. Fanatismo e fundamentalismo são perturbações graves da religiosidade... na busca de interesses cada um escolhe o que mais lhe agrada diante da multiplicidade de ofertas.
16. Neste quadro complexo, carente, e simples por se tratar da fragilidade existencial do ser humano, compete à educação apresentar caminhos de esperança que motive a pessoa, a família e a sociedade... princípios orientadores, rumos, metas que ajudarão a descobrir sentido para a vida e a encontrar forças para seguir na busca da verdade e do bem. Ao Ensino Religioso, de modo especial, cabe discernir os momentos de kairós nas ambigüidades religioso-culturais e ajustar nossas opções livres e nossas atitudes éticas com as exigências do nosso ser individual / social.
17. Observando a nossa comunidade, o nosso Estado, o nosso Pais, a problemática do planeta, assim como a sua origem, o seu destino, o que nos cabe pensar e fazer dentro do Ensino Religioso que favoreça a harmonia e o espírito de transcendência em cada educador e educando
Coordenador do Ensino Religioso
Pe. Raimundo Adelino Torres
Fone: (0xx85) 33551108
Rua Antonio Lustosa SN Centro São Luis do Curu Cep. 62665–000 Ceará
E-mail: adelinomusical@hotmail.com
www.adelinocompositor.com.br

FONTE DE PESQUISA:
Livro Educação Religiosa
Fundamentação
Antropológico-cultutral da religião segundo Paul Tillich
Edições: Paulinas
Pedro Rucedell
pág: 44 a 73

REFLEXÃO E FUNDAMENTAÇÃO SOBRE O ENSINO RELIGIOSO

1. O QUE É O ENSINO RELIGIOSO?
Esta resposta deve ser obtida não por um simples conceito humano, mas, sobretudo por uma ampla compreensão do homem. Aqui é proibido decorar e não refletir, não pensar, a respeito do significado da pessoa humana no universo. Para fortalecer a nossa busca da resposta, e facilitar a nossa compreensão nesta linha de raciocínio, pergunta-se:
a. Quem é a pessoa humana?
b. O que veio fazer neste planeta, neste universo?
c. O que será que esta pessoa pensa a seu próprio respeito?
d. Por que esta pessoa humana, aparentemente normal, por vezes parece tão anormal, tão imperfeita, capaz de revelar do seu íntimo: amor, ódio, alegria, tristeza, etc.
e. Esta pessoa é um processo pronto... completo... acabado... esta pessoa precisa ser trabalhada? Como?

Considerando as diferentes etapas do aprendizado da vida desta pessoa humana, a destacar da sua infância até a terceira idade, caberia dizer que o Ensino Religioso é uma resposta de significado, transcendência, amor, perdão, abertura, esperança, motivação, (as carências, as dúvidas, a não compreensão que essa pessoa tem de si mesma). O Ensino Religioso não se limita a decorar, mas se enriquece na busca de querer encontrar sentido para a vida humana. O Ensino Religioso é uma viagem ascendente... em busca de... é como um rio: caminho que anda... reconhecer a existência do outro... é viver e fortalecer o espiritual...

2. QUAL A IMPORTÂNCIA DO ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA PÚBLICA?
A importância do Ensino Religioso dentro da Escola pública é levar ao corpo docente e o corpo discente, isto é, educadores e educandos a uma profunda, belíssima e necessária reflexão sobre o sentido da existência humana, semelhança de Deus (Gn 1,26ss). De onde viemos? Quem somos? Para que viemos? Para onde iremos?
A importância do Ensino Religioso é sobretudo despertar nos educadores e educandos, a mararavilhosa revelação de Deus Pai na pessoa do seu Filho único Jesus Cristo (Mt 3,17). É fortalecer a dimensão espiritual dos educadores e educandos, combatendo o ateísmo, que por vezes atinge o inconsciente humano.

3. QUAL É O OBJETIVO DO ENSINO RELIGIOSO?
O Ensino Religioso tem como objetivo possibilitar aos educandos, de forma interdisciplinar e integrada, com as demais disciplinas do currículo escolar, o conhecimento e a experiência a respeito da dimensão transcendente da vida humana. Daí a importância de sua atualização constante, observando a normalização estabelecida pela LDB n. 9394/96 (art.33) e pelas diretrizes estabelecidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Religioso (PCNs, 1997). O objetivo principal do Ensino Religioso é, portanto, comunicar a experiência de Deus, como necessidade existencial do ser humano, através do conhecimento bíblico, da busca de sentido para a vida humana... nesse sentido, não deve ser entendido como o ensino de uma religião na escola, “mas como uma disciplina centrada na antropologia religiosa” (PCNs, Ensino Religioso, 2002:11).

3. QUAL A METODOLOGIA?
A metodologia a ser utilizada nas aulas de religião deve favorecer a observação do ‘fenômeno religioso’, como reflexão que nos leva a perceber pontos de unidade e de sentido nas diversas tradições religiosas, favorecendo a informação que conduz ao diálogo e a observação de experiências educativas, ajudando na construção de atitudes e hábitos de forma consciente e transformadora.

4. COMO SE EFETIVOU O ENSINO RELIGIOSO NO ESTADO DO CEARÁ?
O Ensino Religioso foi efetivado no Ceará através de um convênio entre a Igreja Católica pelo Regional Nordeste I da CNBB e o Estado pela SEDUC.


5. EM QUE SE BASEIA O ENSINO RELIGIOSO?
O Ensino Religioso se fundamenta e se baseia na Lei Federal 9.475/ 97.
Artigo 33. O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.
2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso.
Arti. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Arti. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
Esta foi a primeira emenda à LDB. Com a nova redação, a expressão sem ônus foi retirada do texto, abrindo-se a possibilidade de Estados remunerarem os professores, aliás, vinte Estados da Federação já o fazem. Prevê, igualmente, a nova Lei que os sistemas do Ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão de professores.
Cada Sistema deverá, também, ouvir as organizações religiosas de denominação variada para a definição dos conteúdos.
De matrícula facultativa, o Ensino Religioso passaria a ser ofertado sem ônus para o Estado. Mas a Lei 9.475/97 extinguiu esta proibição. Fica, portanto, resolvida a polêmica da remuneração dos professores. Qualquer que seja a modalidade de organização da oferta (confessional ou interconfessional), pareça evidente o processo de laicização da educação brasileira.
Em sendo de oferta integrada aos horários normais das escolas públicas, é de se questionar como assegurar uma linha de equilíbrio dos conteúdos, sem cair, de um lado, numa espécie de niilismo religioso e, de outro, no indesejável proselitismo. A resposta parece estar na própria função de terminalidade da educação básica. Neste sentido, o Ensino Religioso deverá buscar a oferta de subsídios para que o jovem vá elaborando o processo de construção de sua espiritualidade. Esta trajetória, partindo de um princípio ético fundamental, deverá contemplar os fundamentos da alteridade (reconhecer a existência do outro e lhe conferir respeito), da solidariedade (reconhecer que todas as pessoas são detentoras de limitações e, por isso, carecem de apoio para a satisfação de suas necessidades “de sobrevivência e de transcendência”) e de cooperação (reconhecer que a história humana constitui patrimônio natural e cultural comum e, como tal, precisa de todos para preservação de tudo). Mas é fundamental compreender que esta abordagem requer coragem das Escolas para tratarem das questões vitais dos jovens que, no mundo de hoje, passam pelo conjunto de problemas existenciais que povoam os dois limites extremos da experiência humana: a vida e a morte. Assim questões como sexo, drogas e mudanças de comportamento em geral estão no centro da problemática de uma correta abordagem do Ensino Religioso na escola pública.
Em síntese, é preciso compreender que: i) a educação integral inclui o Ensino Religioso; ii) a inclusão do Ensino Religioso na escola não é concessão do Estado às igrejas, mas é uma forma de operacionalizar o princípio universal da liberdade; iii) abrir um espaço para o Ensino Religioso não é abrir um espaço para catequese, mas ensejar a valorização da espiritualidade humana; iv) o conteúdo do Ensino Religioso deve contribuir para que o aluno transite da consciência ingênua para consciência critica da realidade, na busca da transformação do mundo.

6. BIBLIOGRAFIA
(Autor Moaci Alves Carneiro; Artigo 33; do Livro LDB Fácil; páginas 103 à 105 – 113 à 115 Editora Vozes) (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso; Parâmetros Curriculares Nacionais; Editora Ave Maria) (Coleção Descobrindo Caminhos; Terezinha M. L. da Cruz; Editora FDT) (Afinal, o que é Ensino Religioso; Ir. Madalena Fernandes; Editora Paulus).

Coordenador do Ensino Religioso
Pe. Raimundo Adelino Torres
Fone: (0xx85) 33551108
Rua D Lustosa sn – Centro
São Luis do Curu – Ceará-www.adelinocompositor.com.br

0 comentários:

Postar um comentário